quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nações que investiram têm melhor distribuição de renda entre seus cidadãos







Cláudia Queiroz dirige seu próprio carro, um Palio, e acaba de comprar um apartamento de três quartos no Buritis, bairro de classe média alta de Belo Horizonte. Fala italiano fluentemente, está aprendendo o inglês e já viajou para a Europa a trabalho. Funcionária da Fiat desde 2001, ela leva, aos 35 anos, uma vida bem diferente da de seus pais, a lavadeira Maria do Carmo e o operário de mineração aposentado João Apolônio, ambos analfabetos. Excluídos da sociedade de consumo da qual a filha hoje faz parte, eles nunca sequer saíram de Minas Gerais. Por que com Cláudia foi diferente? Porque ela estudou. Formou-se técnica em eletrônica por uma escola pública e, anos depois, em engenharia elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). "Sempre tive convicção de que, se pudesse chegar à faculdade, conquistaria um futuro melhor", diz. A história da engenheira de Belo Horizonte ilustra o que inúmeras pesquisas sobre a relação entre ensino e desenvolvimento já comprovaram: o primeiro leva ao segundo, ou seja, educação implica em crescimento. Estados Unidos, Japão, Canadá e Coréia do Sul, por exemplo, têm em comum, além da força econômica e da melhor distribuição de renda, o investimento pesado na instrução de seus cidadãos. Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), cada ano de estudo representa um acréscimo de 16% no rendimento mensal. Se a pessoa chega então a completar um curso superior, ela recebe, em média, salário 168% maior em comparação com os ganhos de quem não foi além do ensino médio, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica